Equipe com boa experiência profissional tem toque de beisebol estrangeiro; comissão técnica é a primeira 100% brasileira na história da competição.

A Seleção Brasileira de Beisebol está convocada para a disputa da classificatória para o WBC – World Baseball Classic. O anúncio da equipe comandada por Daniel Yuichi Matsumoto foi divulgado na quinta-feira (13), para enfrentar o maior desafio do beisebol brasileiro em 2025. Nesse sentido, o Clássico Mundial de Beisebol é considerado a Copa do Mundo da modalidade, e o Brasil não disputa a fase principal desde 2013. Na ocasião, a Seleção se classificou em 2012 para a disputa em uma corrida histórica no Panamá. Apesar de ter sido eliminado cedo na competição, o Brasil marcou toda uma geração de fãs.
Agora, a Seleção vem renovada para o desafio. Principalmente a nova comissão técnica, composta por ex-jogadores com experiência em competições internacionais, e 100% brasileira – o Brasil sempre teve técnicos estadunidenses apontados para comandar o time neste tipo de competição. Do mesmo modo, os técnicos figuram entre os principais nomes da história do beisebol brasileiro, o que faz com que as expectativas estejam altas para a competição.
Além de Yuichi, estão na comissão Reinaldo Tsugio Sato, companheiro de seleção de Matsumoto em 2013, que atua profissionalmente como técnico no Japão; Kléber Ojima, arremessador brasileiro que fez história nos anos 90 e 2000. Por fim, completam a comissão o treinador Thiago Caldeira e os ex-jogadores André Rienzo e Paulo Orlando, que estão entre os primeiros brasileiros a atuar na Major League Baseball (EUA), principal liga do beisebol no mundo.
Elenco contará com experiência e beisebol estrangeiro
O grupo tem uma mescla de jogadores que atuam no Brasil em contexto amador, bem como profissionais que disputam ligas pelo mundo. Este modelo é comum e tem sido constante nas convocações da Seleção Brasileira, que inclusive contribui para o desenvolvimento do grupo como um todo. Um exemplo foi a equipe que disputou os Jogos Pan-Americanos de Santiago em 2023, conquistando a primeira medalha da história do Brasil no beisebol.
Sobre isso, destacam-se dois principais nomes desta convocação. O primeiro é o arremessador Bo Takahashi, que atua na equipe do Saitama Seibu Lions da NPB, principal liga profissional do Japão. Bo renovou o contrato recentemente, e tem se destacado nas últimas temporadas. Da mesma forma, Leonardo Reginatto voltou à Seleção, e será o capitão do Brasil na competição. Reginatto tem larga experiência profissional em ligas como da Venezuela e México, e foi o principal nome do time na qualificatória de 2022.
Da mesma forma, o time vai contar com a contribuição de atletas estrangeiros, conforme a regra da competição permite. Neste contexto, o WBC permite que jogadores com ligação familiar ou de residência com um país representem aquela nação. Principalmente, a equipe convocada terá dois filhos de brasileiros que nasceram no exterior. Um é o arremessador japonês Enzo Sawayama, medalhista pelo Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Santiago em 2023. Assim como Enzo, outro que retorna ao time é Dante Bichette Jr., estadunidense que defendeu a Seleção na etapa classificatória do WBC de 2017. Na ocasião, Dante jogou com o irmão Bo Bichette, que hoje atua pelo Toronto Blue Jays da MLB.
Convocação contará com jovens surpresas
Assim como tem sido em muitas convocações recentes, a Seleção Brasileira terá uma parcela jovem representando o Brasil. Entre os principais destaques para o WBC de 2025 estão Arthur Tsujiguchi, arremessador que atua no beisebol colegial do Japão, mas que já fez parte de convocações sub-18 do Brasil. Além dele, o também arremessador Caio Araújo também foi convocado – ele é um dos principais nomes brasileiros nas tradicionais ligas de college dos Estados Unidos, representando a Alabama State University.
Outra grande surpresa foi a convocação de Lucas Ramirez, filho do astro Manny Ramirez, que fez história na Major League Baseball com o Boston Red Sox. Lucas é nascido nos EUA, mas filho de mãe brasileira – Juliana Ramirez é casada com Manny. Pelas regras da competição, há uma série de questões que tornam um atleta elegível para representar um país. A regra que abrange o caso de Lucas é a mesma que permite Dante Bichette Jr. estar na convocação. Por fim, outra grande surpresa é o arremessador Rafael Ohashi, que acabou ficando de fora da convocação em 2022, mas retorna para a Seleção em um momento importante.
Competição será mais justa e com chances melhores para o beisebol do Brasil
O Brasil vai disputar a classificatória entre os dias 2 e 6 de março, na cidade de Tucson, no Arizona (EUA). Juntamente com a Colômbia, que venceu a Seleção na final do Pan de Santiago, o beisebol brasileiro faz grupo com Alemanha e China. Neste contexto, há uma expectativa em relação aos chineses, uma vez que o Brasil só não avançou na competição em 2013 por conta de uma derrota para os asiáticos.
Ainda neste sentido, a qualificatória de 2025 será, em teoria, mais simples que a última em 2022. Na ocasião, o Brasil disputou contra as seleções da Argentina, Nicarágua, Nova Zelândia, Panamá e Paquistão. A seleção jogou um bom beisebol, mas ficou pelo caminho ao perder para o Panamá na rodada principal e para a Nicarágua na repescagem. Apesar de ter vencido duas partidas, assim como os rivais caribenhos, a regra da competição beneficiou panamenhos e nicaraguenses, que jogaram como equipes cabeça-de-chave.
Em 2025 o Brasil vai jogar em sequência contra a Colômbia, Alemanha e China. Caso vença as três partidas, se classifica para o Clássico Mundial de Beisebol que será disputado em 2026. Porém, se for necessário, a Seleção pode contar com um último jogo, em que o vencedor também garante vaga para o WBC.
Confira a lista completa de convocados:
RECEPTORES
- Gabriel do Carmo Barros (Montigny Cougars – França)
- Gabriel Gomes (DSL Reds, afiliado do Cincinnati Reds – EUA)
- Matheus Lelis (Nippon Blue Jays – Brasil)
CAMPO INTERNO
- Daniel Yonemura (Bibai Black Diamonds – Japão)
- Dante Bichette Jr. (Cafe Bros – México)
- Felipe Mitsuro (GECEBS – Brasil)
- Leonardo Reginatto (Caribes de Anzoategui – Venezuela)
- Lucas Rojo (Atibaia – Brasil)
- Osvaldo Carvalho (Marília – Brasil)
- Thiago Nishiyama (Nittai University – Japão)
- Vitor Ito (Marília – Brasil)
CAMPO EXTERNO
- Gabriel Maciel (Sussex County Miners – EUA)
- Lucas Ramirez (ACL Angels, afiliado do Los Angeles Angels – EUA)
- Victor Coutinho (Nettuno – Itália)
ARREMESSADORES (14)
- Arthur Tsujiguchi (Wellness University, Japão)
- Caio Araújo (Alabama State University, EUA)
- Enzo Sawayama (Yamaha, Japão)
- Eric Pardinho (Buffalo Bisons – Afiliado Toronto Blue Jays, EUA)
- Hector Villaroel (Atibaia, Brasil)
- Heitor Tokar (Federales de Chiriquí, Panamá)
- Hugo Kanabushi (Marília, Brasil)
- João Marostica (Tochigi Golden Braves, Japão)
- Murilo Gouvea (Atibaia, Brasil)
- Oscar Nakaoshi (Adelaide Giants, Austrália)
- Pedro Costa (Modesto Nuts – Afiliado Seattle Mariners, EUA)
- Rafael Ohashi (Atibaia, Brasil)
- Rodrigo “Bo” Takahashi (Seibu Lions, Japão)
- Tiago da Silva (Tigres de Aragua, Venezuela)
COMISSÃO TÉCNICA
- Daniel Yuichi Matsumoto
- Reinaldo Tsugio Sato
- Thiago Caldeira
- André Rienzo
- Paulo Orlando
- Kléber Ojima