F1: Entenda a função do ‘flow vis’ e do ‘aero rake’ na pré-temporada

Flow vis e aero rake são os principais métodos adotados pelas equipes de Fórmula 1 para análise de desempenho e aerodinâmica dos carros.

O flow vis e o aero rake já apareceram em alguns treinos livres e são presença garantida desde os testes de pré-temporada na Fórmula 1. São conhecidos como ‘gradinha’ e ‘tinta verde’, equipamentos que causam estranheza e curiosidade à primeira vista. No entanto, ambos são ferramentas importantes na coleta de dados para equipes e engenheiros da F1.

Mesmo sendo visto a algum tempo na Fórmula 1, sempre surge o questionamento sobre as funções quando os equipamentos são avistados nos treinos pré-temporada, como os deste ano. Com ação direta no desempenho das equipes, os estudos utilizando o flow vis e o aero rake são muito importantes no começo de ano, para permitir avaliação e melhorias nos carros. E aproveitando que ambos os equipamentos estão em alta, que tal conhecer melhor a funcionalidade de cada um?

Aero rake

O Aero rake é um equipamento usado para verificar a pressão do ar sobre partes do carro onde está instalado, podendo ser no difusor, eixo dianteiro ou traseiro. Feito com material em titânio, seu tamanho pode variar; ao longo da estrutura há sensores chamados de sondas Kiel. Elas são desenvolvidas para obter grande precisão dos fluxos de ar, cuja pressão sobre o chassi do carro e os detalhes aerodinâmico permite que as estatísticas sejam enviadas em tempo real para a equipe de engenheiros, que as analisam comparando-as com estatísticas anteriores feitas em simulações.

Flow vis

O Flow vis é uma tinta fluorescente usada nos carros para estudo do fluxo de ar e desempenho aerodinâmico. O nome é uma abreviação vinda de ‘flow visualization’, e significa visualização de fluxo, termo que traduz a utilidade prática. 

Por tanto, o uso prático, como o nome sugere, desenha pelo carro a passagem e fluxo de ar sobre as peças. Desta forma, a tinta serve para análise de vácuo e aerodinâmica que influenciam diretamente na velocidade do carro. Por isso, é algo de extrema importância para um bom desenvolvimento das equipes em pista durante toda a temporada. 

 Na visão de engenheiros

Em entrevista à emissora austríaca ServusTV, Philipp Brändle, que trabalhou como engenheiro de Lewis Hamilton na Mercedes até o final de 2019, comentou sobre o uso do equipamento. “Quando o veículo vai ao circuito, a corrente de ar arrasta o liquido ao longo da superfície. E em algum ponto, que é relativamente cedo, mas nem sempre conhecido exatamente, esse fluido seca e então permanece ou adere à superfície neste estado”, disse.

De volta aos boxes, os engenheiros aerodinâmicos registram de todos os ângulos possíveis e com iluminação diferenciada e salvam, para depois analisá-las. “Você realmente tem que olhar para as condições de fluxo detalhadas. Que tipo de estruturas de vórtice nós temos? Temos destacamentos em uma asa?” comentou ele. “E então você compara com medições comparáveis ​​do túnel de vento ou CFDs (Dinâmica de Fluidos Computacional)”, adicionou Brändle.