Última atualização: Janeiro 22, 2025
Por: Rodrigo Azevedo

A crise do Chelsea pós-Abramovich é marcada por má gestão e campanhas irregulares, mas há sinais de melhora com Enzo Maresca no comando.

Por que o Chelsea é tão irregular?
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Há algumas temporadas, o Chelsea tem sido alvo de piadas por parte de seus rivais. Isso ocorre tanto pelo número excessivo de jogadores adquiridos por valores elevados, reflexo de um planejamento ineficaz, quanto pelas campanhas irregulares realizadas na Premier League, o campeonato inglês.

Fundado em 1905, o clube, conhecido como os Blues, é um dos mais tradicionais da Inglaterra e faz parte do seleto grupo dos “big six“, os grandes clubes do país. No entanto, nos últimos anos, o Chelsea tem demonstrado uma grande desorganização, refletida diretamente no desempenho em campo. Isso o afastou das últimas duas edições da Liga dos Campeões, o torneio mais importante da Europa.

Fim da era Abramovich e chegada de um ‘maluco no pedaço’

Um dos fatores mais marcantes para o início dessa fase turbulenta foi o fim da gestão de 19 anos de Roman Abramovich, ex-proprietário do Chelsea. Sob sua liderança, o clube se tornou uma potência, conquistando 21 troféus e consolidando-se como o maior time de Londres.

O término da administração começou com a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia. A partir desse momento, o parlamento britânico passou a pressioná-lo a se afastar da direção do clube, em conformidade com as sanções impostas à Rússia pela invasão ucraniana. Diante dessas pressões, Abramovich cedeu e vendeu o Chelsea por £4 bilhões (aproximadamente R$25 bilhões) ao grupo BlueCo, liderado pelo empresário americano Todd Boehly.

Assim começou um dos capítulos mais inusitados da história do Chelsea. Decisões que pareciam amadoras, semelhantes às que vemos no futebol brasileiro, marcaram o início da gestão Todd Boehly. Desde que o estadunidense assumiu o comando do clube, em 2022, o Chelsea já contou com seis treinadores diferentes: Tuchel, Graham Potter, Bruno Saltor Grau, Lampard, Pochettino e, agora, Enzo Maresca. Além disso, o empresário norte-americano contratou 35 jogadores, investindo mais de 1,2 bilhão de libras.

Toda essa desorganização resultou em campanhas decepcionantes. Nas últimas duas temporadas da Premier League, o Chelsea terminou apenas na 12ª e 6ª posições, ficando longe da briga pelo título. A única conquista foi uma vaga na pouco prestigiada Conference League, na temporada passada.

Novo treinador e um início dos sonhos

Para a temporada 24/25, Enzo Maresca chegou ao Chelsea como um nome ainda pouco conhecido, mas gerando expectativas entre os torcedores. Embora não se esperassem resultados imediatos, havia esperança em um projeto mais sólido. O treinador italiano havia montado uma equipe competitiva no Leicester, conquistando o título da Championship (segunda divisão inglesa). Agora, nos Blues, ele contava com um elenco mais forte, incluindo a ascensão de Cole Palmer, principal estrela do time.

O início da temporada superou as expectativas. Com um desempenho eficiente, o Chelsea se reinventou como equipe, ganhando confiança a cada jogo. Após uma sequência de quatro vitórias consecutivas e mantendo-se entre os melhores ataques da competição, a equipe chegou à segunda posição, gerando otimismo sobre a possibilidade de disputar o título – algo que parecia distante no começo da temporada.

Chelsea fora da briga pelo título

Porém, a história não seguiu o roteiro dos sonhos. O Chelsea tem enfrentado altos e baixos e não conseguiu acompanhar o líder da competição. No gol, Robert Sánchez tem deixado a desejar – os Blues já sofreram quatro gols com interferência direta do goleiro, o que o coloca como o segundo pior no quesito na competição. Outro jogador que tem decepcionado é Nikolas Jackson. O atacante senegalês tem desperdiçado muitas chances, comprometendo a equipe que, embora crie boas oportunidades, não consegue convertê-las em gols.

O Liverpool, sob o comando de Arne Slot, lidera o campeonato com apenas uma derrota. A excelente campanha evidencia a distância para o Chelsea, que foi afastado provisoriamente da briga pelo título. Atualmente, os Blues estão dez pontos atrás do Liverpool e concentram esforços em garantir uma vaga na próxima Champions League.

 

Após temporadas de desempenho abaixo do esperado, uma nova luz parece surgir em Londres, com boas notícias começando a aparecer no horizonte da equipe. O time não depende mais exclusivamente do talento de Cole Palmer e mostra-se mais equilibrado. No entanto, o clube ainda precisa resolver problemas defensivos e a falta de eficiência no ataque. Além disso, enfrenta o desafio de reduzir a longa lista de jogadores à venda, em busca de um elenco mais enxuto e competitivo.

Rodrigo Azevedo

Estudante de Jornalismo na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), atualmente no sexto semestre. Apaixonado por futebol em todas as suas formas, dedica-se ao esporte local, nacional e internacional, com um carinho especial pelo Chelsea, o maior clube de Londres.

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